quinta-feira, 1 de abril de 2010

Teste de Colchões pelo Inmetro - Programa Fantástico Rede Globo


Você sabia que uma pessoa quando dorme num colchão ruim é capaz de mudar de posição até 80 vezes numa noite? Já se o colchão for confortável cai pra 12 vezes.

"O bom colchão é no que você deita confortavelmente e levanta ótimo, sem dor na coluna, sem nada”, diz uma consumidora.

"A validade do meu colchão está começando a vencer. Por isso, vou trocar", conta um jovem.

O Inmetro testou nove marcas dentre as mais vendidas em todo o Brasil: Sleep Ortopedic, da Castor; Soft, da Eurosono; Mercure, da Le Martan; Elegance, da Mannes; Pró-Saúde, da Ortobom; Guarda-Costas, da Probel; Sonho de Ouro, da Ronconi; D33, da Royal Saúde; e D33, da Sonoleve. Foram selecionadas amostras do tipo mais procurado: os colchões de solteiro de espuma com densidade 33.


"A espuma de densidade 33 é exatamente a mais usada, porque é aquela que mais se adapta ao biótipo do brasileiro. Ou seja, pessoas com mais de 1,50 metro e com peso variando na faixa de 70 até 120 quilos", explica o diretor do Inmetro, Alfredo Lobo.

"A pessoa que vai comprar um colchão tem que estar com uma roupa adequada, algo que simule o que usa em casa", orienta o ortopedista Cesar Rubens Fontenelle.

Os testes foram feitos nos laboratórios do Centro Tecnológico de Polímeros do Senai, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul. As amostras dos colchões passaram por sete análises.

A primeira verificou se os colchões seguiam as medidas mínimas exigidas pela lei (altura mínima de 12 centímetros; largura mínima de 78 centímetros e comprimento mínimo de 1,88 metro). Todos foram aprovados.

“O importante é que a coluna esteja paralela ao plano do colchão”, diz o ortopedista.

O segundo teste avaliou a resistência da espuma quando exposta a situações críticas, como a resistência a rupturas e rasgamentos. Um único modelo foi reprovado: Soft, da Eurosono.

Terceira análise: quanto o colchão perde de volume ao longo do tempo? Quatro não passaram, porque deformaram mais do que o esperado: Sleep Ortopedic, da Castor; Soft, da Eurosono; Guarda-Costas, da Probel; e D33, da Sonoleve.

No quarto ensaio, verificou-se o peso que o colchão suporta, simulando a compressão que o corpo exerce diariamente sobre a espuma.

"No colchão muito mole, você afunda e isso acentua as curvaturas da coluna vertebral. E um colchão muito duro faz pressão nas proeminências de uma pessoa muito magra", ressalta o ortopedista.

Duas amostras foram reprovadas: Soft, da Eurosono; e Pró-Saúde, da Ortobom.

“Você não consegue dormir a noite inteira com o rosto no colchão, porque vai ter dificuldade de respirar. Então, em uma determinada hora, você vai ter que rodar a sua cabeça. A repetição à noite toda vai lhe causar dor na coluna”, diz o ortopedista.

O quinto teste foi o de resiliência ao impacto. A palavra é difícil, mas o significado é simples: a capacidade que o colchão tem de voltar ao normal quando pressionado por uma pessoa que senta ou deita bruscamente. Duas marcas foram reprovadas: Sleep Ortopedic, da Castor; e Soft, da Eurosono.

O sexto teste analisou se a densidade declarada pelos fabricantes correspondia à revelada no laboratório. Duas não passaram: Soft, da Eurosono; e D33, da Sonoleve.

O último teste foi a prova de fogo: a espuma foi queimada até que sobrassem só os componentes minerais. Se o teor de cinzas fica acima do limite, isso indica que a matéria-prima utilizada é de baixa qualidade. Duas amostras foram reprovadas: Soft, da Eurosono; e Elegance, da Mannes.

Resultado final: das nove amostras analisadas, seis não cumpriram as exigências mínimas para garantir a saúde e a segurança do consumidor. São elas: Sleep Ortopedic, da Castor; Soft, da Eurosono; Elegance, da Mannes; Pró Saúde, da Ortobom; Guarda-Costas, da Probel; e D33, da Sonoleve.

Dos seis fabricantes reprovados, apenas três se defenderam. A indústria Castor, dos colchões Sleep, alega que a amostra testada era uma antiga peça de mostruário, que não poderia ser vendida e que foi fabricada em 2005, seguindo as normas daquela época. O Inmetro diz que a amostra ainda estava no prazo de validade e que foi reprovada em quesitos que não mudaram com a revisão feita em 2006, mas reconhece que a amostra é antiga e informa que o resultado do teste não é representativo quanto aos colchões produzidos atualmente.

A Indústria Mannes, do modelo Elegance, disse que vai pedir aos fornecedores a adequação da composição química do produto à legislação.

E a Indústria Probel, do colchão Guarda-Costas, solicitou reanálise, porque considerou o teste incompleto. O Inmetro negou alegando que não houve erro na metodologia das análises.

“Tomando por base a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nós vamos estabelecer um regulamento e, paralelamente ao regulamento, nós vamos criar um programa de certificação compulsória. A certificação compulsória significa que nós podemos passar a fiscalizar o setor através do Instituto Estadual de Pesos e Medidas (Ipem)”, adianta o diretor do Inmetro.