segunda-feira, 5 de abril de 2010

Durma bem. Viva melhor.


Você dorme oito horas por noite e acorda cansado? Quando vai para a cama fica rolando de um lado para outro, mas não consegue dormir? Se está com dificuldades para pegar no sono, o jeito é adotar técnicas simples que podem fazer com que você durma melhor.

O adolescente chega da balada, dorme dez horas seguidas e a mãe o chama de dorminhoco. A mulher, que não se agüenta por mais de cinco horas na cama, acorda cedo e já começa suas atividades – atrapalhando o descanso do marido, que acha que ela tem insônia. Afinal, por que algumas pessoas precisam de mais horas de sono do que outras?

Na verdade, ninguém sabe. São várias as teorias médicas e, para alguns especialistas, dizer que todos devem dormir 8 horas por dia é tão absurdo quanto dizer que todo mundo deveria ter 1m75 de altura. Isto é, cada pessoa tem uma necessidade diferente de sono.

Para quem tem até 30 anos, diz Ademar Baptista Silva, professor de neurologia da Escola Paulista de Medicina e especialista em distúrbios do sono, a média ideal de descanso é de nove horas e meia por noite, que diminui conforme a idade avança. Mas ele concorda que nem sempre o indivíduo consegue dormir tudo isso à noite, por afazeres sociais ou profissionais.

Heloisa Bernardes, terapeuta ortomolecular, sugere que o ideal é dormir o mais próximo possível da hora do escu- recer. “Quando for para a cama, procure dormir em total escuridão. Deite-se mais cedo, gradualmente, e durma o máximo de horas que puder “, aconselha.

Noites mal dormidas, além de prejudicar o trabalho, acelera o envelhecimento das células e pode até levar a doenças. De acordo com a especialista, a noite de sono maldormida impede que o organismo libere o hormônio do crescimento, substância essencial para renovar os tecidos e produzir novas células ósseas e glóbulos vermelhos. Para combater a insônia sem ter que recorrer aos remédios, os médicos recomendam dormir na hora certa, reduzir o consumo de chá, café e álcool, evitar refeições pesadas à noite e controlar a ansiedade.

Revezamento de horários
Trabalhar uma semana durante o dia, outra semana durante a noite, desregula o relógio “biológico” e atrapalha o sono. Bem, se você é um dos que trabalha nesse esquema, isso não é nenhuma novidade. E vale lembrar que os turnos alternados é desaconselhável para quem tem mais de 50 anos – o corpo dos jovens “sofre” menos com as mudanças de horário. Agora, o que pode ser novidade é que essa insônia tem, sim, solução.
Para tratar da insônia, um dos prejuízos causados pelo nikoutai, há várias alternativas. Elas variam de medicações a mudança de comportamento antes de dormir. Um conselho médico é reduzir o tempo que a pessoa permanece na cama, fazendo com que o sono se descompacte e, aos poucos, volte ao normal. Em seguida, deve-se real izar um controle dos estímulos que não deixam o indivíduo dormir – cortar café e televisão, por exemplo. O mais importante, vale frisar, é não ir para a cama enquanto se está 100% “aceso”. “A cama foi feita para quem está com muito sono e precisa de conforto. Se você for deitar e, depois de 10 ou 15 minutos, não conseguir pregar os olhos, saia do quarto. Isso já é um bom estímulo para que o sono volte”, garante o especialista. Outro método indicado é o chamado estímulo paradoxal. Nele, o paciente repete para si próprio, com convicção: “Não quero dormir”. Ao mesmo tempo, segue seu ritual diário: veste o pijama, escova os dentes, lê um pouco etc. A idéia, por mais que soe infantil, é séria e visa fazer com que a ação planejada tenha o efeito contrário. “Com essas técnicas simples, a pessoa pode melhorar muito seu tempo de sono, e isso sem o uso de medicamentos”, destaca o profissional.

Por falar em remédios, eles devem ser aplicados apenas em casos agudos, pelo período máximo de um mês, e sempre sob recomendação médica (o indicado é procurar um neurologista, um pneumologista, um otorrinolaringologista ou um psiquiatra). “O uso por conta pode prejudicar condições pré-existentes ou mesmo a causa da doença”, alerta Silva. Isso sem contar os riscos de uma eventual dependência física, de acomodação à dose (quanto mais a pessoa toma, mais ela precisa do remédio, pois este deixa de fazer efeito) e até de perda de memória.

O que acontece se eu dormir pouco?
A curto prazo: Cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda de memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão de raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração
A longo prazo: Falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória