terça-feira, 20 de julho de 2010

Distúrbio do sono na infância traz prejuízos na vida adulta

Deitar sempre à mesma hora, falar pouco e não se agitar durante a noite, não ter pesadelos, dormir o número de horas suficiente para cada idade, acordar sozinho, recuperado e bem disposto para um dia de mais atividades. Será que todas as crianças conseguem isso? De acordo com o pediatra e homeopata Yechiel Moises Chencinski, sempre que houver uma alteração nessa dinâmica, o resultado pode não ser satisfatório. 

Começar um dia após uma noite mal dormida ou mesmo em claro costuma trazer problemas:

— Não só para a criança, mas para todos nós, um dia produtivo só pode começar após uma boa noite de sono. Nossas baterias, muito exigidas durante o período de atividade, são recarregadas durante a noite e, para isso, é fundamental que esse período seja vivenciado com uma diminuição da atividade metabólica. Assim, podemos carregar nossas baterias sem gastá-las ao mesmo tempo.
Para Chencinski, competitividade, cobranças, obrigações, muitas atividades extracurriculares, ambiente familiar conturbado ou até mesmo doenças próprias da infância — como febres e resfriados, por exemplo —, são fatores que podem interferir no sono das crianças.
— Naquelas um pouco maiores, distúrbios emocionais, inclusive ansiedade e depressão, que são mais comuns do que se imagina, também podem interferir no adormecer e na qualidade do sono — salienta.

Não há como medir o tamanho dos prejuízos. Os problemas vão desde queda de atenção e rendimento escolar, alterações na alimentação, no humor, até danos ao desenvolvimento — isso porque o GH (hormônio do crescimento) tem maior liberação na fase do sono. 
— Se a criança tem dificuldades à noite, essa liberação pode ser prejudicada — explica o especialista. Ele aponta que os distúrbios podem aparecer na infância e se manter na fase adulta. Insônia, distúrbio de atenção, mudanças de humor e outras alterações como obesidade, por exemplo, podem ter origem na infância.

Como tratar
— O ideal não é tratar as crianças com problemas, mas sim criar condições para que essas crianças consigam ter um ritmo e uma rotina adequados para a idade — comenta Chencinski. — As rotinas devem ser estabelecidas desde os primeiros meses de idade, com limites tanto nos horários para ir para cama à noite quanto para acordar de manhã.

No caso de crianças, é comum a indicação de medicamentos homeopáticos ou fitoterápicos para o tratamento de distúrbios do sono, estresse e ansiedade em crianças, pois são de fácil acesso e não apresentam contraindicações nem efeitos colaterais. 

Quantas horas crianças e adolescentes devem dormir por dia:
Recém-nascido: 16 a 18 horas por dia
2 a 6 meses: 14 a 16 horas por dia (destas, 5 horas de sono diurno)
6 a 12 meses: 12 a 14 horas por dia (destas, 3 horas de sono diurno)
1 a 6 anos: 10 a 12 horas por noite
Até os 2 anos: 2 sonos diurnos de 1 hora cada
Dos 2 aos 3 anos: 1 sono diário de 1 hora
Acima dos 3 anos: não há necessidade de sono diurno
Acima de 6 anos: 8 a 10 horas por noite
Adolescentes: 8 a 9 horas por noite